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Cantora, compositora e performer Cabo-verdiana que cresceu numa encruzilhada entre três continentes musicais; e que não é fácil de definir em termos de género e estilo. Nascida numa família de tradições musicais sólidas, Vera Cruz iniciou a sua carreira em 1997 como estudante no Brasil, com a banda Namastê. Deixou a Namastê para fundar a banda de Afro Reggae Óba, juntamente com Kwame Gamal, Márcio Rosa, Paulo Matabele, e Talina Pereira. Estes anos de variação entre as culturas musicais do Brasil e de Cabo Verde fortaleceram-na como performer e alargaram os seus horizontes enquanto futura compositora.

Em 2002, Vera Cruz regressou a Cabo Verde para se dedicar a uma série de projetos solo. Atuou em diversos festivais de música internacional, tais como as primeiras duas edições do FestiJazz, na cidade da Praia e o internacionalmente reconhecido Festival da Baía das Gatas. As suas performances nesta época foram marcadas por referências a artistas como Miriam Makeba, Orlando Pantera, Ildo Lobo, Wyclef Jean, Bob Marley e Youssou N’Dour, algumas das suas maiores influências.

Foi durante este período que Vera Cruz se voltou para a composição, concentrando-se cada vez mais na estruturação de um trabalho próprio. Um exemplo desta viragem é a canção Sulabanku, resultado de uma colaboração com o guitarrista Paló. Sulabanku  integra influências diretas da música Africana e atesta a intenção da compositora de explorar soluções líricas e rítmicas que estão fora dos géneros tradicionais Cabo-verdianos – Batuku, Morna, Funaná e Coladera.


Com anos de experiência prática, mas sentindo a necessidade de dotar o seu trabalho de um treinamento formal, Vera Cruz voltou para Lisboa com a intenção de integrar um programa avançado de formação musical. O seu envolvimento intenso na globalidade da cena cultural Lisboeta expandiu o seu campo enquanto performer e levou á sua participação num conjunto de projetos teatrais e cinemáticos, assim como em diversos festivais de poesia – Palavras na Cidade, Lisboa - Gulbenkian, Caminho da Poesia, Oeiras,  CidadiPoesia, Cabo Verde

SAKUTA! É o novo projeto de Vera Cruz e o seu álbum de estreia a solo. O trabalho foi construído em torno do tema da feminilidade Cabo-verdiana e inclui canções como Badia di Fora, assim como uma adaptação do Phenomenal Woman da poetisa Maya Angelou, intitulada Fémia. SAKUTA! também tem como tema central a ilha de Santiago – a ilha nativa da compositora; Danilo Silva, o talentoso guitarrista Cabo-verdiano foi uma componente importante do processo criativo em canções como Katrisamentu e Kartada. Em Cabo-verdiano, a palavra sakuta significa escuta; para Vera Cruz, Sakuta! é uma sinopse das suas memórias pessoais, assim como de estórias que foram vividas, ouvidas e sentidas.   

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